HUMANISMO E VOLUNTARIADO
O Humanismo e o Voluntariado são propósitos, não são valores, não se medem nem se pesam, não existe uma unidade de referência, existe sim altruísmo, magnitude, abnegação e abjuração nas situações, desapego e isenção pelos valores materiais, caridade e compaixão com o sofrimento alheio e filantropia e generosidade á disposição do semelhante até com o risco da própria vida. Garantir os direitos fundamentais, a liberdade com independência e a tolerância de pensamento, a igualdade na identidade da paridade de todos os homens e mulheres, sem preconceitos e prepotências, promover a fraternidade na irmandade entre as raças e os povos, implantar e implementar a solidariedade para garantir a integridade da vida e da cidadania.
O humanismo nasce das trevas e poe a humanidade no centro do Mundo opõe-se às doutrinas que fazem do ser humano escravo, lacaio ou carrasco da política, da religião, da economia ou das finanças, ou de qualquer filosofia. O renascimento é mesmo a sua época máxima, é o renascer das cinzas face a uma Idade Média de trevas dominada por uma doutrina que não permitia o diálogo, as pontes e o confronto de ideias. A ciência e os avanços civilizacionais não estão contra Deus, os Deuses da humanidade é que os capturam com dogmas, para benefício de uns e prejuízo da grande maioria, o que trás benefícios ao homem não o corrompe pelo contrário liberta-o e aproxima-o do divino, o conhecimento é como a luz, sempre se verá cada vez melhor quando avançamos num um por todos e todos por um.
Entre as principais características do humanismo destaca-se: a valorização do ser humano, com o surgimento da burguesia e na possibilidade desta classe ter acesso pelas posses ao conhecimento; o destaque no antropocentrismo, ou seja, o homem no centro do universo; as emoções humanas começaram a ser mais valorizadas pelos artistas; o afastamento de dogmas; a valorização de debates e das opiniões divergentes; a valorização do racionalismo e do método científico. Após dez séculos de trevas da Idade Média eis que surge a luz e a Idade Moderna com a descoberta da imprensa que possibilita uma maior massificação das Ciências em todos os ramos do conhecimento, nomeadamente no volume da quantidade de exemplares e na qualidade do papel dos livros à disposição das Universidades.
O voluntariado está e esteve sempre presente na viagem de filosofias desde os Pré-socráticos à Filosofia Contemporânea e pós Contemporânea, um itinerário na valorização da liberdade, na essência da igualdade, na promoção da fraternidade e na progressão da solidariedade. O conhecimento cresce quando encontra as razões de facto por minorias e é reconhecido quando as razões de direito são aceitas pela maioria, é a luta das minorias por maiorias que só são aceites, quando a verdade é universal. A esperança é a última a morrer em todos as causas para quem luta contra a ignorância, a miséria e o medo a favor de outros que por preconceito ou prepotência ainda não têm outra condição que a de serem filhos de um Deus menor...
O humanismo e o voluntariado vão-se adaptando e transformando ao longo do tempo dos tempos, mas sem filosofias que os possam alienar ou subjugar, fazem parte da evolução, podem os retardar, mas será sempre só por algum tempo. A vida tem exigências específicas, o que é hoje uma certeza poderá não ser amanhã, a humanidade, o planeta e o universo estão em constante mutação, as correntes de qualquer natureza necessitam de equilíbrios que nem sempre existem, daí que criem fenómenos que vão gerar ideias, teorias, doutrinas. O Mundo não é de ontem, de hoje, de amanhã e só se desloca para um novo paradigma quando são criadas as condições, quando o desenvolvimento civilizacional for minimamente sustentável material ou imaterial para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
“Eu vim de longe de muito longe o que eu andei para aqui chegar, eu vou para longe para muito longe onde nos vamos encontrar com o que temos para nos dar” José Mário Branco