24/09/2024 às 14:18

TEMPO DOS TEMPOS DO SABER

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O saber da humanidade surgiu há duzentos mil anos com o homo sapiens e a génese da evolução da espécie desde há, pelo menos, seis milhões de anos no planeta que está localizado no super aglomerado de Virgem, do sistema solar, da galáxia Via Láctea. O tempo dos tempos surgiu com o Big Bang há aproximadamente 13,7 bilhões de anos (Lei de Hubble) e o Big Freeze dita que a expansão do universo causará (dentro de um bilião de anos) a extinção de todas as estrelas, resultando um universo frio e escuro. O ser é uma entidade, intransitivo e pessoal, independentemente da sua natureza, na Filosofia grega era estável e imutável representava uma realidade, em oposição à mudança e daí ter evoluindo antes e depois da nossa era (Parménides a Jean-Paul Sarte).

O ser do ser é muito mais complexo, nomeadamente quando a ontologia, uma especialidade da filosofia que estuda a natureza do ser, da existência e da própria realidade, com temas mais abstratos para o estudo das relações entre entidades, existências e realidades, na base do que possa ir para alem do que é suposto o ser ser.

O ter é uma posse, transitiva e auxiliar, associa-se necessidade, precisão, desejo e obrigação com um ou mais argumentos diretamente ou indiretamente, de acordo com os interesses. A necessidade aguça o engenho da sobrevivência, a precisão do rigor e a lógica, o desejo impulsiona e condiciona e a obrigação aciona o dever de, acumulam-se e dependem das condições estruturais e conjunturais. O interesse é a mola real da evolução e das mais valias da sociedade e com esta perspetiva se constrói os acervos materiais e i materiais que legamos às gerações futuras para crescer e se multiplicarem.

O estar é uma existência, irregular e descontinua, depende do estatuto e da comunidade para quem se quer digamos apresentar uma imagem, com ou sem princípios e valores, para libertar ou para intimidar. Uma postura pessoal ou impessoal a fim de um padrão ou uma moda que se pretende inovar ou manter-se como registo, um meio que vai servir um certo e determinado fim. Ao conjunto de padrões que norteiam um grupo ou indivíduo a que chamamos ética e que é essencial para uma convivência harmoniosa e ainda para a construção de uma sociedade supostamente mais justa e humanizada.

O fazer é uma atividade, intransitivo e composto, nem sempre numa missão, partilhado ou não, nem sempre valorizado e por vezes subestimado e quase sempre sistematizado e metódico. Num conjunto de especialidades em diversos ramos que se ensina com a prática e a teoria reunindo o passado, presente e futuro num objetivo comum, criar e melhorar. Afirma-se que nada se exclui, mas tudo evolui conforme as necessidades, os interesses, as circunstâncias sociais, económicas, financeiras e outros recursos e cada ato é uma ínfima amostra quando inserido na imensidão da cronologia universal.

No ser, ter, estar e fazer é que se define o saber em que tudo é relativo, numa relação com um suposto paradigma, quando se referência o individual ou o coletivo em ligações com e sem vínculos, numa casualidade ou em uma opção livre ou imposta. O paradigma de uma época é um conjunto de ciclos, em que os saberes interagem: o ser na essência e na consciência, o ter na posse e no património, o estar no social e no formal e o fazer no hábito e na inovação. Um saber que atribui o conhecimento a um outro tempo dos tempos que diretamente ou indiretamente é proporcional aos propósitos do destino de uma imaginária ou exequível ordem cósmica absoluta utópica ou distópica.

Quem concebe sua existência apenas como simples efeito do acaso, sem dúvida deve temer perdê-la pela morte. Arthur Schopenhauer

24 Set 2024

TEMPO DOS TEMPOS DO SABER

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