11/09/2024 às 12:00

11 SETEMBRO 2001 / PRINCÍPIO DO FIM / FANATISMO OU FUNDAMENTALISMO

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O fundamentalismo é sectário e inflexível, não admite a confrontação dos prós e dos contras sobre qualquer razão de fato ou de direito, tem origem na aceitação de dogmas de paradigmas indiscutíveis e irreconciliáveis, das religiões monoteístas nomeadamente o judaísmo, o cristianismo, o islamismo e nas ramificações destas, alicerçou-se posteriormente na política com a divulgação das doutrinas totalitárias de unicidade e mais recentemente transformou-se numa teoria económica, com um desenvolvimento insustentável a coberto da ditadura dos mercados, para uma nova ordem mundial.

Um fundo ou acervo com formas e conteúdos que rejeita a partir de um certo e determinado momento a tolerância, a discussão, a análise, a critica e a integridade das pessoas e o respeito pelos bens do cidadão, visa os propósitos de um conceito com sofismas estruturais e conjunturais. O poder do Governo e das Instituições recorrem estruturalmente ao medo e ao controle dos poderes legislativo e judicial, à ignorância pela falta ou a massificação da educação e à miséria das condições de sobrevivência, conjunturalmente promove os argumentos nacionalistas e xenófobos, os preconceitos culturais geracionais e as prepotências da nomenclatura com censura e demagogia.

Um mentalismo ou ismo apoiado em dogmas religiosos, políticos, económicos e financeiros i negociáveis e implacáveis, uma filosofia com princípios e valores absolutos e uma economia e finança corrupta, nepotista e de extorsão, com uma comunicação social quer seja analógica ou digital em que o objetivo comum é de fazer do homem filho de um Deus menor, escravo dele próprio e em que os fins justificam os meios. Assiste-se a novas escravaturas da sobrevivência, sem presente, sem futuro e sem rostos, com ódios viscerais e estratégicos, onde uma conciliação é uma dificuldade acrescida por conflitos ancestrais que nem a religião, nem a política e muito menos a economia ou a finança produz pontes para que se elimine no mínimo as fações.

A questão que se deve deixar no ar será, o que terá de se inventar ou de se produzir para que a humanidade possa salvar o Mundo deste flagelo que cada vez mais encontra adeptos que vão contra os valores e princípios democráticos, mas por outro lado continua-se a falhar, na luta diária, pela falta de dignidade pessoal, de organizações credíveis e motivação coletiva. As novas tendências apontam a meritocracia e a resiliência como soluções, mas com tão maus exemplos ao mesmo tempo quando promovem a política da terra queimada e dos danos colaterais em nome da defesa da democracia. A humanidade não pode estar sujeita a paradigmas beligerantes, a reações de confronto que promovem as mortes de inocentes como soluções de recurso, por mais razões que hajam para justificar esses atos, ou se encontra outras soluções pacíficas ou se alimenta e engrossa cada vez mais o fanatismo e o terrorismo.

O fanatismo, o terrorismo e os chamados ditos donos de tudo são cegos, surdos e mudos, não veem para além do que querem ver, não ouvem para além do que querem ouvir, não falam para além do que querem falar e não pensam para alem dos interesses dos objetivos. A religião é orientada, a política é demagógica, a economia é seletiva e a finança é corrupta, tudo que vai para alem destes paradigmas não faz parte da sua vontade e os princípios e os valores humanistas estão fora do contexto. A força consiste no culto da inflexibilidade da vontade face aos fracos, consequência das circunstâncias da sobrevivência a quem só teve como exemplo e modo de vida o terrorismo e o fundamentalismo, sem sentimentos e sem afetos, um produto do sistema.

O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos Friedch Nietcher

11 Set 2024

11 SETEMBRO 2001 / PRINCÍPIO DO FIM / FANATISMO OU FUNDAMENTALISMO

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